Domingo, 24 de novembro de 2024
Justiça no Interior

ITAPETINGA: Deam Itinerante vai realizar atendimentos às mulheres vítimas de violência

Foto: Divulgação 

Por: Justiça no Interior 

Na próxima segunda-feira, 04 e na terça-feira, 05, o projeto Deam Itinerante estará atendendo mulheres vítimas de violência na cidade de Itapetinga, sudoeste da Bahia. A ação visa ajudar a Polícia Civil no combate à violência contra mulher e está atendendo mulheres em diferentes municípios do interior do estado.

Na iniciativa, a Delegacia Móvel está percorrendo cidades com uma equipe especializada. São realizados registros de ocorrências, orientações, além de atividades integradas com os órgãos da rede de atendimento à mulher, disponíveis em cada cidade.

De acordo com o Delegado Antônio Roberto Júnior, Coordenador Regional da 21ª Coorpin – Itapetinga, o evento busca levar às mulheres palestras e orientações jurídicas sobre medidas protetivas, bem como orientar e conscientizar as vítimas de violência sobre seus direitos.

“Essa ação é importantíssima pois além de prestarmos um atendimento especializado, daremos divulgação dos direitos das mulheres vítimas de violência”, concluiu Roberto Júnior.

O Deam Itinerante foi lançado em setembro pela Direção da Polícia Civil da Bahia, com o objetivo de atender quatro cidades da região sudoeste na primeira fase do projeto. Já foram atendidas mulheres de Jaguaquara (27 e 28 de setembro), Ipiaú (29, 30 de setembro e 1ª de outubro). O projeto passa por Itapetinga nos dias 04 e 05 de outubro e concluiu a primeira ronda em Itambé, nos dias 06, 07 e 08 de outubro. 

TCE-BA realiza primeira sessão plenária de forma semipresencial

Foto: Divulgação 

Após 18 meses o Tribunal de Contas do Estado da Bahia realizou na terça-feira, 28, a sua primeira sessão plenária de forma semipresencial, com parte dos conselheiros presentes no plenário e parte, juntamente com as representações do Ministério Público de Contas e da Procuradoria-Geral do Estado, de modo virtual.

Ao abrir a sessão, o presidente do TCE-BA, conselheiro Gildásio Penedo Filho, manifestou sua satisfação com o retorno dos trabalhos da Corte de Contas ao plenário e também sua esperança de que ali estava se dando mais um importante passo para a volta à normalidade, “acreditando que, com a ajuda de Deus e da ciência, em breve possamos estar comemorando o final desta terrível tragédia da pandemia da Covid-19, que tantas vidas tem ceifado no Brasil e no mundo”.

Vários conselheiros também fizeram questão de manifestar a satisfação pelo primeiro passo dado em direção à normalidade dos trabalhos da Corte de Contas, permitindo que, mesmo com a observância das regras impostas pelas autoridades sanitárias, passe a haver uma integração maior entre servidores e dirigentes. O sistema híbrido também irá facilitar a participação dos advogados que quiserem fazer a defesa dos gestores durante os julgamentos dos processos.

As informações são do Tribunal de Contas do Estado da Bahia

Operação Mata Atlântica em Pé fiscaliza 120 hectares de área rural na Bahia

Foto: Agência Brasil 

Cerca de 120 hectares, de 21 imóveis rurais, foram vistoriados na Bahia em ações da Operação Mata Atlântica em Pé. Foram lavrados autos de interdição para as propriedades que tiveram seus proprietários identificados e aplicadas multas que ultrapassam o valor de R$ 300 mil. A fiscalização foi realizada pelo Ministério Público estadual, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e pela Companhia Independente de Polícia Proteção Ambiental (CIPPA).  

Essa é a quarta edição da Operação Mata Atlântica em Pé, deflagrada em 17 estados, NO dia 20 de setembro, para combater o desmatamento e promover a recuperação de áreas degradadas no bioma da Mata Atlântica. Neste ano, a expectativa é ampliar o número de fiscalizações e autuações, com a utilização ainda maior dos meios remotos de fiscalização disponíveis, como imagens por satélites.

O trabalho de fiscalização no campo é feito a partir dos alertas de desmatamento da plataforma MAPBiomas, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de dados desenvolvido pelo projeto MapBiomas, iniciativa multi-institucional que une universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais. 

A operação também faz uso do Atlas da Mata Atlântica, sistema desenvolvido pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a situação do desmatamento em todos os municípios do bioma com uso de imagens de satélite.

As informações são do Ministério Público da Bahia

XIQUE-XIQUE: Operação resgata 53 trabalhadores em trabalho análogo à escravidão

Foto: Reprodução/Rede Brasil Atual  

Entre os dias 22 e 29 de setembro, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) realizou uma operação de fiscalização de trabalho escravo, que resgatou 53 lavradores no município de Xique-Xique, no sertão baiano. Os trabalhadores estavam sendo submetidos a condições subumanas. Eles atuavam na extração de folhas e pó da carnaúba, palmeira espinhenta típica do Nordeste brasileiro, que fornece matérias-primas para diversas atividades.

O resgate dos trabalhadores contou com a participação de representantes da Polícia Federal (PF), da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF), além do Ministério Público do Trabalho (MPT). 

De acordo com a equipe de fiscalização, em uma frente de trabalho localizada na Comunidade de Saco dos Bois foram resgatados 43 trabalhadores, todos oriundos do Ceará. Já em outra frente, na Comunidade de Pedra Vermelha, foram encontrados mais dez trabalhadores, todos do Piauí. Todos estavam alojados em galpão, alpendres, casas inacabadas e casas de moradores locais, que não apresentavam condições de habitabilidade e conforto. 

Em um dos alojamentos, não havia nem cobertura e proteção lateral contra intempéries, os alimentos eram acondicionados em sacos e depositados diretamente no chão e as refeições eram preparadas sobre tijolos. Não havia qualquer estrutura para a lavagem das roupas, o que obrigava os trabalhadores a lavar as roupas de cócoras, sob o sol, em lugar improvisado.

Sete dos resgatados, entretanto, sequer dispunham de alojamento e pernoitavam no meio do mato, embaixo de árvores, sobre pedaços de palha e panos velhos no chão, ou então, utilizando redes próprias penduradas em galhos. Além disso, nos locais encontrados ou nas frentes de serviço não havia instalação sanitária, chuveiro, lavatório ou lavanderias. 

Os empregadores firmaram um termo de ajuste de conduta, se comprometendo a pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores, calculadas em R$170 mil, e a indenizar a sociedade em R$210 mil. A subprocuradora-geral do trabalho Edelamare Melo, informou que o Ajuste de conduta garantiu os pagamentos devidos aos 53 trabalhadores, além de recursos para indenização à sociedade.

“O dano moral coletivo deverá ser revertido diretamente para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) investir na ampliação do Projeto Àwúre, que desenvolve ações de prevenção e enfrentamento ao trabalho escravo”, afirmou Melo. 

Todos os empregados resgatados terão direito a três parcelas do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, emitidas pelos auditores-fiscais do trabalho e foram encaminhados aos órgãos municipais de assistência social das respectivas cidades para atendimento prioritário. A Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae/BA) foi acionada para articular o acolhimento dos trabalhadores resgatados nas cidades de origem.

As informações são do Ministério Público do Trabalho

PARAMIRIM: Centro Judiciário será reinaugurado

Foto: Reprodução/Prefeitura de Paramirim 

Nesta sexta-feira, 1ª, às 10:30, o Poder Judiciário da Bahia reinaugura o Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos (Cejusc), em Paramirim, no sertão baiano. A cerimônia terá transmissão pelo canal do PJBA no YouTube. 

O Centro foi criado pela Resolução nº 125, de 2010, do Conselho Nacional de Justiça e em Paramirim o Cejusc vai funcionar na Rua Coronel Rafael Rodrigues, nº 97, em um espaço cedido pela Faculdade Faivalle, em parceria com a Prefeitura do município.

Os Cejusc’s atuam nas áreas de família, consumidor, cível, fundiária, fazendária e criminal. De acordo com o TJBA, o Centro que vai atender a população de Paramirim vai funcionar seguindo o padrão que tem sido adotado nas mais de 120 unidades espalhadas pela Bahia, com recepção, salas para atendimento e mediação. 

As informações são do Tribunal de Justiça da Bahia 

VITÓRIA DA CONQUISTA: Artigo produzido no Núcleo de Direito Contemporâneo da Uesb é recomendado pela OMS

FOTO: Divulgação

Demonstrar os dilemas e desafios da sociedade brasileira para a promoção da igualdade efetiva, a partir da leitura da necropolítica e da segregação espacial dos povos negros. Esse é o objetivo do artigo “Necropolítica e racismo: políticas de segregação no estado brasileiro e seus impactos na contaminação do Covid-19“, publicado na revista Unicuritiba e integrado ao rol de literatura global da Organização Mundial de Saúde (OMS), em razão da relevância do tema.

A publicação foi escrita pelo professor do curso de Direito da Uesb, Luciano Tourinho, e por Ana Paula Sotero, egressa do curso de Direito e discente da pós-graduação em Direitos Fundamentais e Justiça da Uesb, ambos coordenadores do Núcleo de Estudos de Direito Contemporâneo do Curso de Direito da Uesb (Nedic). O trabalho contou ainda com a coautoria do professor Ricardo Maurício Soares, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal da Bahia, e do professor Pedro Garrido Rodriguez,  do Programa de Pós-doutorado em Direitos Humanos da Universidad de Salamanca, na Espanha.

O artigo faz uma abordagem do contexto da pandemia do novo coronavírus, que gerou impactos em diversos setores da sociedade, principalmente, no que se refere à saúde e à economia. O professor Luciano Tourinho destaca que esse cenário evidenciou as desigualdades sociais, com ênfase no contexto brasileiro de racismo estrutural e de processos de favelização.

“O artigo apresenta dados sobre os efeitos da pandemia em comunidades mais carentes, ressaltando a disponibilidade de tratamento e atendimento pelo sistema de saúde no País. Seguindo uma construção argumentativa de caráter sociológico e jurídico, há uma ideia de que o vírus causador da Covi-19 alcança a todos sem qualquer distinção. Todavia, resta verificado que a sua letalidade é maior entre as comunidades mais pobres, cuja maioria é formada por negros inseridos nos processos de alijamento de direitos, como o acesso à saúde”, resume.

Entre os resultados da pesquisa, destacam-se as marcas do racismo estrutural e os elementos necropolíticos que evidenciam que a formação do espaço geográfico e a ausência de políticas públicas efetivas de promoção da igualdade foram projetadas para eliminar o corpo negro e excluir do convívio social das classes mais vulnerabilizadas. Ainda conforme o trabalho, esses elementos ganham contornos ainda maiores quando se observa a alta contaminação da Covid-19 no país e o colapso do sistema de saúde.

Para Ana Paula Sotero, a importância de ter o artigo publicado na Revista Unicuritiba e integrado no rol de literatura global da Organização Mundial da Saúde é a possibilidade de ampliar o alcance das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nas universidades e no Nedic para buscar a transformação do cenário social. “Além disso, a publicação representa o resultado dos esforços dos autores para o desenvolvimento científico de qualidade no Direito”, avalia.

Ao ser integrado no rol de literatura global da OMS, o professor Luciano Tourinho lembra que o artigo passa a ser reconhecido pela qualidade de abordagem e dos dados dispostos, servindo como fonte de pesquisas e, ainda, para o entendimento acerca dos processos sociais de desigualdade, evidenciando para o mundo os contextos de subjugação racial. “A importância se revela, ainda, no fato de inserir o Nedic no cenário internacional de produção científica, passando a ser conhecido como importante Núcleo de produção e de pesquisa”, conclui.

As informações são do site da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Defensoria Pública da União defende vagas para pessoas com deficiência em todos os concursos

Foto: Reprodução/G1

Na última terça-feira, 28, a Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater o preenchimento de vagas em concursos públicos policiais, por candidatos com deficiência. O debate foi solicitado pela deputada Rejane Dias (PT-PI), após denúncias de instituições que não fazem essa inclusão.

A Defensoria Pública da União foi representada pela defensora pública federal e vice-presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (ANADEF), Maria Pilar Prazeres de Almeida. Segundo a defensora, é um direito da sociedade que os espaços públicos e de trabalho sejam compostos por pessoas diversas, com diferentes formas de ver a vida, habilidades e até limitações, além de também ser de interesse da sociedade que o concurso público proporcione a inclusão de pessoas com deficiência.

“É preciso que se adotem práticas para que as pessoas com deficiência tenham igualdade material de condições com outras pessoas da sociedade. Então, não se trata de uma igualdade meramente formal, no papel. Mas, sim, da garantia de instrumentos que efetivem essa igualdade de oportunidades”, declarou Maria Pilar Prazeres de Almeida.

A representante da DPU citou, também, o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que proíbe a restrição de pessoas com deficiência ao trabalho e obriga a inclusão de vagas de candidatos PcD em concursos públicos ou privados. “Se a pessoa com deficiência pretende ingressar na carreira policial, se é do desejo dela, que sejam fornecidas as ferramentas de acessibilidade e que seja dada essa oportunidade, para que ela possa exercer esse direito de escolher qual profissão ela deseja, como todos nós temos esse direito assegurado pela Constituição Federal”, concluiu.

As informações são da Defensoria Pública da União

Núcleo da Defensoria Pública está funcionando na sede da Polícia Civil

Foto: Divulgação 

O apoio jurídico dedicado a policiais civis, em casos com origem no exercício profissional, está sendo realizado no edifício-sede da Polícia Civil, em Salvador. O espaço exclusivo para atendimentos aos servidores é fruto de uma parceria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) com a Defensoria Pública do Estado, firmada no dia 14 de setembro.

O Núcleo de Atendimento Jurídico da Defensoria Pública da Bahia está funcionando no andar térreo do edifício-sede da Polícia Civil, desde a segunda-feira, 20, onde estava instalada a Ouvidoria da Instituição.  

O policial que necessitar dos serviços pode comparecer entre às 8h30 e 16 horas, de segunda à sexta-feira, e será atendido pelo servidor da Defensoria, Luiz Alberto Simões dos Santos. Já aqueles que precisarem da Ouvidoria da Polícia Civil, além dos telefones, e-mail e WhatsApp, os atendimentos continuam no andar térreo do Prédio-Sede da Polícia Civil, na sala ao final do corredor do lado direito.  

As informações são da Polícia Civil da Bahia 

VITÓRIA DA CONQUISTA: Em cerimônia Cartório Integrado Cível é inaugurado

Por: Justiça no Interior

Foto: Justiça no Interior

O Poder Judiciário da Bahia inaugurou nesta quinta-feira, 30, às 10 h, o Cartório Integrado Cível, em Vitória da Conquista, sudoeste do estado. O objetivo do espaço é garantir a agilidade nos trâmites judiciais e promover o aumento da produtividade na prestação jurisdicional.

A cerimônia de inauguração contou com a presença de autoridades políticas e judiciárias da cidade. Em entrevista ao Justiça no Interior, o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Desembargador Lourival Trindade, disse que a instalação do cartório visa uniformizar e dar eficiência aos serviços. “É a uniformização da prestação de serviços judiciários. Nós temos certeza de que a eficiência prevalecerá, é um princípio que está na nossa constituição, a eficiência na administração pública”, destaca Trindade. 

O Cartório, instalado no Fórum Dr. Sérgio Murilo Napoli Lamego, abrange as 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Varas Cíveis. Esse novo modelo centraliza as atividades cartorárias e visa à adoção de uma nova divisão de tarefas, melhor redistribuição dos recursos humanos e de espaço físico.

18 servidores e 4 estagiários vão trabalhar no espaço. Segundo o Corregedor do Cartório, Dr. Leonardo Maciel, o local é uma experiência exitosa em outras cidades da Bahia. “Essa é uma experiência que já existe em outras comarcas, como Salvador e Itabuna e agora trazemos para Vitória da Conquista. Nesse primeiro momento, nós temos 5 varas cíveis em Conquista e todas elas passam a integrar o cartório. Com isso, buscando organizar melhor os nossos servidores, para que os atos judiciais sejam cumpridos de maneira mais rápida. Em suma, buscamos rapidez para que o projeto sejam resolvidos da maneira mais breve possível”, finaliza Maciel.

VITÓRIA DA CONQUISTA: Parecer da Defensoria aponta inconsistências em projeto de lei que visa instituir a “taxa do lixo”

Foto: Reprodução/DPE-BA

A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) elaborou um parecer preliminar sobre o projeto de lei, que a Prefeitura de Vitória da Conquista enviou para a Câmara de vereadores, que visa instituir o sistema municipal de coleta de lixo (resíduos sólidos e rejeitos), criando taxa pública para seu respectivo financiamento e custeio.

No diagnóstico, a Defensoria indica que há significativa omissão no Projeto quanto ao papel socioambiental a ser desempenhado por catadoras e catadores de materiais recicláveis no sistema.

Conforme o parecer, ainda que hoje em invisibilidade social e sem remuneração dos cofres públicos, 450 profissionais cadastrados (e estima-se que 600 no total) já atuam na cidade redirecionando toneladas de materiais recicláveis que, de outro modo, iriam parar no aterro sanitário local, estruturado apenas para receber rejeitos.

O texto ressalta, nesse sentido, que a atividade já desenvolvida por catadoras(es) é um serviço de utilidade pública que produz impacto ambiental e econômico. Com seu trabalho, os profissionais da catação sustentam 90% da cadeia produtiva da reciclagem – que eleva a conservação natural ao reduzir o impacto da extração de recursos – pontua a análise da Defensoria.

A coordenadora do Núcleo de Gestão Ambiental da DPE/BA e do programa “Mãos que Reciclam” em Vitória da Conquista, defensora pública Kaliany Gonzaga, aponta que esta lacuna do PL (a ausência de menção do papel dos catadores) está em notável incompatibilidade com lei federal nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Destacando que a proposta foi enviada à Câmara de Vereadores e agora é o momento dela ser discutida e readequada no que necessário, a defensora pública diz que o projeto de lei é importante porque passa a prever o preço público para grandes geradores de lixo.

“O município hoje tem uma despesa não apenas pelo conjunto da coleta domiciliar como, principalmente, pela coleta de grandes empresas. Mas a lei do saneamento básico estabelece que a prefeitura não pode usar recurso público para bancar a coleta de lixo de grandes geradores. Um volume considerável da despesa com o pagamento da concessionária do serviço de coleta em Conquista é com grandes empresas”, comentou Kaliany Gonzaga.

O parecer indica também a incongruência de que enquanto o valor da taxa para “geradores domiciliares” já está definido e orçado por critérios estabelecidos no projeto e não passam por momentos de discussão pública, os grandes geradores não têm tarifas (preço público) já indicadas, o preço final seria estabelecido posteriormente por meio de decreto municipal e contaria com momento prévio de debate público.

Outro aspecto destacado pelo texto do parecer é que falta maior clareza sobre os critérios utilizados para determinar os “estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços” que passarão a ser considerados “geradores domiciliares” pelo poder público municipal. Isso porque não foi especificada de maneira nítida a metodologia utilizada para estabelecer os “100 litros diários” estabelecidos como linha de recorte.

Além disso, o parecer ressalta que o projeto de lei “não prevê mecanismos de incentivo à menor geração e a adequada destinação de resíduos sólidos [lixo possível de ser reciclado] e a valorização de catadoras e catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nos sistemas de coleta seletiva e de logística reversa”.

As informações são da Defensoria Pública do Estado da Bahia