Sábado, 24 de maio de 2025
Justiça no Interior

Criminosos usam nome da Defensoria Pública da Bahia para aplicar golpes judiciais

Foto: Reprodução

Estelionatários se passam por defensores públicos em pelo menos cinco cidades baianas; DPE-BA alerta: “Se pedirem dinheiro, não somos nós”

Entre fevereiro e abril de 2025, a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) identificou ao menos dez tentativas de estelionato envolvendo o uso indevido de sua identidade institucional. Os casos, que ocorreram em Salvador, Valença, Campo Formoso, Ilhéus e Itabuna, seguem um mesmo modus operandi: os golpistas abordam vítimas via WhatsApp, afirmam que estas teriam valores a receber judicialmente, e exigem dados bancários e pagamentos para liberação dos supostos créditos.

Em nota pública, a Defensoria alertou sobre a atuação dos criminosos, que têm se aproveitado de dados extraídos de processos judiciais — presumivelmente acessados via sistema do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), considerando que nem todos tramitam em segredo de justiça — para conferir verossimilhança às mensagens fraudulentas.

No episódio mais recente, registrado na última semana em Salvador, um indivíduo se apresentou como defensor público, indicou o número real de um processo judicial e garantiu à vítima que ela teria vencido a causa. “Juiz decretou causa ganha”, disse o estelionatário, conforme o relato obtido. Em seguida, induziu a vítima a instalar um aplicativo bancário, cobrou R$ 998 sob o pretexto de uma “taxa” para liberar o valor e solicitou fotografias do cartão de crédito.

Laíssa Rocha, coordenadora Executiva da DPE/BA em Salvador, foi enfática ao reforçar a gratuidade dos serviços da instituição e a ausência de qualquer solicitação de valores por seus membros: “A instituição existe para garantir assistência jurídica integral e gratuita a quem precisa. Se alguém pedir qualquer valor, é golpe”, afirmou.

Uma usuária da Defensoria em Itabuna relatou que quase foi vítima da fraude: os criminosos utilizaram a logomarca oficial da DPE/BA no perfil do WhatsApp e mencionaram detalhes precisos de seu processo. “Disseram que eu tinha R$ 2 mil a receber, mas precisava enviar R$ 1,3 mil antes para ‘testar os dados’. Só percebi a fraude quando o banco bloqueou a transferência”, contou.

A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) foi acionada e está investigando os fatos. Enquanto isso, a Defensoria baiana reforça: “Se pedirem dinheiro, não somos nós”.

Com informações do Bahia Notícias.


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