Foto: Reprodução/Jornal A Tarde
A Defensoria Pública do Estado da Bahia moveu ação civil pública no valor de R$ 200 milhões contra a rede de atacados Atakarejo como uma forma da rede reparar danos morais, sociais e coletivos causados a população negra baiana, após a morte de dois homens negros entregues a traficantes por seguranças de uma unidade da atacadista.
O pedido foi feito na segunda-feira, 02, em decorrência do episódio de humilhação e violação de direitos que culminou na morte do tio e sobrinho Bruno Barros (29 anos) e Yan Barros (19 anos), pelo furto de quatro pacotes de carnes em uma das unidades da loja no Nordeste de Amaralina, em Salvador.
Caso seja deferida pelo Poder Judiciário, a indenização deverá ser revertida para o Estado da Bahia destiná-la para a população negra, em forma de políticas de proteção e prevenção, através da criação de um fundo estadual de combate ao racismo.
“A ACP (Ação Civil Pública) busca a reparação do rebaixamento do patrimônio moral de toda população negra exposta às práticas racistas que levaram à execução de Yan e Bruno”, destacou o defensor público Rafael do Couto Soares, integrante do Grupo de Trabalho de Igualdade Racial, que ajuizou a ação junto com a coordenação da Especializada de Proteção aos Direitos Humanos da Defensoria.
PEDIDOS PARA REPARAÇÃO
Além da indenização coletiva, a Defensoria solicitou que o Atakarejo elabore plano de combate ao racismo e ao tratamento discriminatório dentro de todas as suas unidades e de capacitação dos seus funcionários – incluindo terceirizados. O plano deve contemplar temas como o tratamento à população carente, a abordagem pacífica, evitando violência verbal ou física, além de formas de combate à discriminação racial de gênero.
As informações são da Defensoria Pública do Estado da Bahia