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Por Justiça no Interior
Nesta segunda-feira, 10, é marcado como o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher. Por conta da data, a Rede de Observatórios de Segurança divulgou um levantamento sobre os casos de violência contra a mulher.
Os dados, computados entre agosto de 2021 e julho de 2022, apontaram que a Bahia registrou 301 casos de violência contra a mulher. Um aumento de 47% em relação ao período anterior, quando foram denunciados 204 casos.
Segundo Nágila Brito, desembargadora e responsável pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), esse aumento vem desde a pandemia, período em que muitas mulheres não conseguiram fazer as denúncias.
A desembargadora ainda destaca que o Poder Judiciário possui programas para as mulheres em situação de violência doméstica e que foi assinado um convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para as que buscam aprender uma nova profissão.
Dentre os 301 casos, 25% são de tentativas de feminicídio ou agressão física, 21,9% são de feminicídio, 12,6% são de violência sexual ou estupro, 4,9% são de cárcere privado e tortura e 4,6% agressão verbal.
Embora altos, os números podem ser maiores devido ao medo que as vítimas têm de denunciar. Segundo a rede, em 142 casos a vítima não se identificou, por isso, acredita-se que muitas mulheres que sofreram agressões nesse período, não denunciaram.
Lívia Almeida, defensora pública na Bahia, argumenta que o número de casos é maior que o registrado porque muitas mulheres convivem com os agressores, o que dificulta a denúncia. Além disso, na maioria das vezes, as vítimas ainda dependem economicamente dos agressores. A estimativa é de que o índice de subnotificação chegue a 20%, em relação ao número apontado na pesquisa.
Os dados da rede ainda tipificam que ao menos 87 agressores foram o atual ou ex-marido da vítima. Em sequência vêm namorados ou ex-namorados como agressores, com 27 casos.
Com informações da Metro1 e do G1 Bahia