Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou, na quinta-feira, 07, dados sobre os casos de feminicídio no Brasil, no primeiro semestre de 2022. Os casos registrados neste ano, um total de 699, superaram os registros de 2019, um total de 631, quando foi registrado o maior número de feminicídios no país. As informações consideram apenas os casos que foram registrados, pois foram coletados com as pastas estaduais de segurança pública.
O crime de feminicídio é o assassinato motivado pelo fato da vítima ser mulher. Em 2022, houve um crescimento em todo o país, tendo sido registrados 10,8% de casos a mais em relação a 2019, ano inicial do levantamento. Em relação a 2021, houve um aumento de 3,2% de casos.
Entre as regiões do Brasil, o Norte foi onde os casos aumentaram mais, em 2022, a região registrou 75% de casos a mais do que o mesmo período de 2019. As regiões Oeste, Sudeste e Nordeste registraram um crescimento de 29,9%, 8,6% e 1%, respectivamente. Apenas na região Sul os casos caíram, tendo 1,7% de casos a menos no 1º semestre de 2022.
A pesquisa também divulgou dados sobre crimes de estupro contra meninas e mulheres. segundo o relatório, os casos registrados aumentaram em 12,5% no primeiro semestre deste ano em relação a 2021.
Foram 29.285 casos registrados, sendo em média, um caso de estupro a cada nove minutos. O relatório ainda destaca que, dos quase 30 mil casos registrados, 74,7% deles se enquadram como estupro de vulnerável, quando as vítimas são incapazes de consentir com o ato sexual.
Para realizar a pesquisa, o Fórum coletou dados desde o semestre de 2019. Nesse período foram registrados 29.814 casos de estupro no Brasil, já no mesmo período de 2020, o número caiu para 25.169 casos e, em 2021, subiu para 28.035. Segundo o Fórum, o período de crise sanitária elevou a subnotificação para crimes como feminicídio e estupro.
Isso ocorreu porque, durante o período de isolamento mais restritivo, a falta de acesso a locais como escolas, além de delegacias e serviços de denúncia, dificultou a identificação e o registro dos casos.
O aumento dos crimes de feminicídio e estupro ocorre quando houve uma diminuição dos recursos investidos, pelo governo federal, em políticas de enfrentamento à violência contra mulheres.
Desde 2020, o dinheiro destinado ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos para proteção das mulheres caiu de R$ 100,7 milhões para R$ 30,6 milhões no ano passado. Em 2022, o orçamento previsto foi de R$ 9,1 milhões, de acordo com dados da pasta.
Para 2023, o governo federal enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento que prevê uma leve recuperação dos recursos, atingindo R$ 17,2 milhões. Na comparação com 2020, no entanto, ainda há uma queda acentuada (83%).
As informações são da Folha de São Paulo