Foto: Prefeitura Municipal de Encruzilhada
O juiz João Lemos Rodrigues, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Vitória da Conquista, determinou na segunda-feira, 18, a indisponibilidade de bens no valor de R$ 5 milhões do prefeito da cidade de Encruzilhada, no sudoeste do estado, Wekisley Teixeira Silva, e mais cinco acusados por fraudes em licitações na cidade. A ação é de autoria do Ministério Público da Bahia.
Os promotores que atuam no caso, Marco Aurélio Rubick da Silva e Daniela de Almeida, apontam que, “além das fraudes e superfaturamentos em procedimentos licitatórios, as investigações revelaram que os acionados distribuíam entre si vantagens ilícitas para viabilizar as fraudes nos contratos, assim como incorporavam ilicitamente rendas/verbas públicas através de lavagem de capitais”.
A decisão do magistrado acatou parcialmente o pedido do MPBA. Entretanto, os promotores de Justiça protocolaram nesta quinta-feira, 21, um recurso requerendo o afastamento cautelar do prefeito baseado no parágrafo 1º do artigo 20 da Lei no 8.429/92. “Esse parágrafo foi criado com a reforma da Lei de Improbidade Administrativa em 2021 e trouxe uma nova hipótese não considerada na decisão para o afastamento cautelar de agente público. Trata-se do risco da prática de novos atos, o que entendemos presente”, destacaram os promotores de Justiça.
Além disso, também foram acionadas a empresa Disembe Construções Ltda e seu sócio Emerson Silva Meira; o servidor público municipal, Matheus Martins e Martins; a empresa R.P. Amaral Transportes e seu sócio Raik Portugal Amaral; Paulo Lima Silva; e Leonam Nogueira Santana.
A investigação foi realizada pela Promotoria de Justiça de Encruzilhada em atuação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para apurar um esquema de desvio de recursos públicos no Município, por meio de fraudes ao caráter competitivo de procedimento licitatório e pela execução superfaturada de contratos.
“As provas colhidas comprovaram que o esquema de corrupção no Município de Encruzilhada cujas suspeitas inicialmente recaíam sobre o procedimento licitatório Carta Convite nº 03/2019 e respectivo Contrato nº 240/2019, é, na verdade, muito maior e envolve diretamente o prefeito do município”, afirmaram os promotores de Justiça.
A investigação aponta fraudes em ao menos cinco procedimentos licitatórios entre os anos de 2019 e 2020. Os atos promovidos pelos acionados acarretaram danos ao erário em cerca de R$ 5 milhões.
As informações são do MPBA