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Sabe aquela expressão que a gente fala sem nem pensar? Quem nunca sentiu “inveja branca” ou chamou aquela pessoa metida ou grosseira de “boçal” que atire a primeira pedra. Mas, não dá para continuar falando que fulana tem um “pé na senzala” depois de aprender que este palavreado é uma infeliz recordação da escravidão no Brasil, época em que o único lugar permitido às mulheres negras era a cozinha da casa grande.
Estas e outras expressões fizeram parte da série Expressões Racistas do Cotidiano, produzida e publicada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA em suas redes sociais, agora reunidas neste dicionário, que pode até ser pequeno no tamanho, mas é gigante em importância no enfrentamento ao racismo de cada dia.
O lançamento aconteceu no Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro. Para a coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da Defensoria, Eva Rodrigues, que participou da organização do material, como o racismo afeta as pessoas negras de diferentes formas e em diferentes graus, o seu enfrentamento deve ser feito em diversas frentes, a exemplo da publicação deste dicionário de expressões (anti) racistas pela DPE/BA.
“O dicionário antirracista reúne diversas expressões comumente ditas pela população, de forma intencional ou não, que são fruto de uma construção racista, ancorada no passado escravagista brasileiro. O que as pessoas muitas vezes não percebem é que estas microagressões afetam diretamente o povo negro, rebaixam sua autoestima e colocam as pessoas negras num lugar de inferioridade moral, estética, social e intelectual frente às pessoas brancas, que seguem intocadas em seus privilégios”, destaca Eva Rodrigues.
O dicionário contou com a pesquisa de Jade Andrade e Davini Ramos, estagiárias de gênero da coordenação de Direitos Humanos da Defensoria.
Para conhecer o dicionário completo, clique aqui. Veja abaixo algumas das expressões presentes na publicação.
As informações são da Defensoria Pública do Estado da Bahia