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O vice-presidente nacional da força-tarefa do Ministério Público do Trabalho contra o trabalho análogo à escravidão, Italvar Medina, afirmou que o caso dos trabalhadores resgatados em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, também pode configurar tráfico de pessoas.
A declaração foi dada em entrevista ao site G1. Segundo Medina, “os trabalhadores foram aliciados, recrutados na Bahia, para em seguida serem transportados para o RS, onde foram alojados para fins de submissão ao trabalho análogo ao escravo e de servidão por dividas. Essa conduta, inclusive, foi praticada mediante fraude, porque foram prometidas falsamente aos trabalhadores ótimas condições de trabalho e de remuneração, que não se verificaram na prática. Configura crime de tráfico de pessoas”, disse.
Os trabalhadores foram encontrados na quarta-feira, 22, após três deles fugirem e encontrarem um posto da Polícia Rodoviária Federal e denunciarem a situação.
Dos 207 trabalhadores, 197 eram baianos e 194 já voltaram para suas residências. Eles foram recrutados por um empresário baiano, natural da cidade de Valente, que chegou a ser preso e foi liberado após pagar fiança de R$ 40 mil.
Em Bento Gonçalves eles trabalham em grandes jornadas em vinícolas. Eles relataram agressões com choques elétricos e spray de pimenta, cárcere privado e agiotagem.