Foto: Divulgação
Por: Justiça no Interior
Em 2022, 82 pessoas foram resgatadas em situação de trabalho escravo na Bahia. Os números colocam a Bahia como o terceiro estado com maior ocorrência do problema no país, com índices que vêm crescendo ano a ano. Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho.
Os dez resgates de trabalhadores domésticos registrados no ano passado na Bahia representam um terço dos casos de trabalho escravo doméstico confirmados por ações fiscais em todo Brasil. Mas os resgates se espalham por outros setores, como construção e diversas atividades rurais.
Em sua maioria, os resgates são feitos a partir de denúncias. Participaram das operações, órgãos como o Ministério Público do Trabalho, auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Defensoria Pública da União e a Polícia Rodoviária Federal.
“Mais do que apontar a existência de trabalho escravo na Bahia, o balanço das ações revela que o estado tem conseguido combater essa prática, retirando vítimas e propiciando apoio para sua reinserção na sociedade e cobrando dos empregadores o pagamento de rescisões e indenizações”, destaca a procuradora do MPT, que coordena as ações voltadas a este tema no estado,
Manuella Gedeon.
Ela reforça que o recado à sociedade é claro. “O MPT vai cobrar de todos que forem identificados se beneficiando do trabalho análogo ao de escravos”, finaliza.
Para o procurador do MPT Mauricio Brito, a divulgação dos resgates contribui para que as pessoas identifiquem casos que ocorrem próximo a elas e denunciem novos casos. “Na Bahia, nós temos um grupo forte, coeso, e conseguiu fazer algumas ações de resgate de trabalho escravo doméstico, que começaram a chamar a atenção de vizinhos, familiares e pessoas que convivem com essa situação”, pontua o procurador.
Com isso, mais denúncias têm chegado aos órgãos que atuam juntos na Comissão Estadual de Comabe ao Trabalho Escravo (Coetrae).
As denúncias de trabalho análogo ao de escravo são recebidas pelo Ministério Público do Trabalho ou pelo Ministério do Trabalho e Emprego pelo Sistema Ipê de forma remota e sigilosa
Com informações do MPT