Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Justiça no Interior

Trabalhadores baianos são resgatados em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul

Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação

Nesta quinta-feira, 23, 240 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram resgatados em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O resgate foi realizado em uma operação da Polícia Rodoviária Federal. De acordo com a PRF, eles “foram flagrados em condições degradantes”.

A maioria dos trabalhadores é oriunda da Bahia. Três dos homens procuraram um posto da PRF em Bento Gonçalves para pedir ajuda. Eles informaram que estavam sendo mantidos contra sua vontade em um alojamento e tinham acabado de fugir.

Os policiais localizaram o local e acionaram o Ministério do Trabalho e Emprego e a Polícia Federal para realizar uma operação conjunta no alojamento. As equipes constataram que havia em torno de 240 homens em situação degradante.

“Nossa fiscalização apreendeu no local uma máquina de choque elétrico e spray de pimenta que era usado contra os empregados que reclamavam da situação. É uma situação escandalosa de tratamento das pessoas”, relata Vanius Corte, gerente regional do MTE

Os trabalhadores relataram diversas situações que passavam, tais como atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, longas jornadas de trabalho e alimentos estragados. Também disseram que eram coagidos a permanecer no local sob pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho.

Esses homens, a maioria proveniente da Bahia, eram recrutados nos seus estados de origem para trabalhar no Rio Grande do Sul, para trabalhar na colheita da uva com promessa de salários superiores a R$ 3 mil, além de acomodação e alimentação. Ao chegar no local, alegam que as condições eram diferentes da prometida pelos recrutadores.

“Todos os dias, a gente amanhece com o pensamento de ir para casa. Mas não tem como a pessoa ir para casa porque eles prendem a gente de uma forma que ou a gente fica ou, se não quiser ficar, vai morrer. Se a gente quiser sair, quebrar o contrato, sai sem direito a nada, nem os dias trabalhados, sem passagem, sem nada. Então, a gente é forçado a ficar”, contou um dos resgatados a RBS TV.

O responsável pelo alojamento, um empresário de 45 anos, natural de Valente/BA, foi preso e encaminhado para a Polícia Federal em Caxias do Sul, mas pagu uma fiança no valor de R$ 40 mil e vai responder pelo crime em liberdade.

Com informações do G1 e da PRF


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